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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As palavras desse velho.

Nas palavras deste velho é que se escondem a felicidade que houve, um dia, e o sorriso que ainda ecoa na sua reflexão vazia.
Um espelho quebrado, ainda daquela noite, onde a raiva se esconde. Toda a raiva que pôde desferir, ferindo suas mãos menos do que seu próprio coração. O espelho quebra, o vidro estilhaça, as lágrimas correm por entre a face da desgraça. A dor em nada se compara a um amor perdido, nada trás mais má sorte do que um espelho partido.
Espelhos se partem em dois, sete, mil. Porém só sabe desse fato aquele que os viu, viu cada pedaço. Viu sua lágrima misturar-se ao sangue, a dor tomar conta do seu ser. Viu uma gota cair, a poça crescer. Viu todo aquele sentimento esvaecer em lentidão, fazer sumir tudo aquilo que antes sentia dentro do coração.
Nessas palavras, de um velho que um dia será, é que se escondem a angústia de saber o porvir, e a seriedade que esconde o medo de sorrir.



Por Yago L. Marcelino

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